Resgatar lembranças passadas se torna tão óbvio e inexplicável, relatá-las em palavras cotidianas resume sensações que poderiam ter sido sentidas, mas por um certo não do destino não foram concretizadas com carinhos, sensações ou mesmo olhares.
O que buscar nestes sentimentos se não a reconstrução de vontades então escondidas ou sufocadas em regras relatadas e impostas por um impossível acontecer? Troca de olhares envolvem não só corpos como almas dançantes. O que eu quero não explica o que quer, o que sinto não responde ao teu querer.
Sintonia tão perfeita e controvérsias tão perspicazes, gritos e vozes encurralados em emoções paralisadas, ardor que queima pensamentos inapropriados ao momento.
O coração se contrai em dúvidas e certezas, se espreme no peito e retarda qualquer pensar. Os pensamentos se evaporam e secam todos os argumentos antes completos e repletos de afirmativas; o que sobra são pedaços de sensações passadas com emendas de desejos atuais.
Perguntar para si o que é certo ou errado, neste vão de pensamentos se torna desnecessário e enxuto, destas emoções nada sairá se não o estralar de dedos e ranger de dentes, dúvidas corruscantes e medos concretos, dor insana e prazer argumentativo.
Guardar o que no pensar e no querer? Incertezas de ti e certezas de viver.
Karina Cavalcanti
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