sábado, 18 de setembro de 2010

Legião Urbana- Perfeição

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.


Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.


Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.


Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.


Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera -
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição.

sábado, 4 de setembro de 2010

Fatos de uma vida (Sem respostas), Apenas situações e consequências*

Um fato triste marcou minha vida esta semana, não citarei nomes, apenas vou expor os sentimentos que foram-me transmitido naquele exato momento. Voltando para casa, com um amigo (chatonildo), tudo até então tranquilo e de boa, estávamos conversando e curtindo a paisagem de uma São Paulo em pleno dia de calor insuportável (Estação Júlio Prestes); naquele exato momento, quando chegamos aquela estação recebemos uma notícia que nos abalou por completo, o falecimento da mãe de um guri que é super amigo do meu amigo e que nem ao menos eu conheço pessoalmente, apenas o vi no mesmo dia que recebemos a notícia. Um menino simples, quieto, tímido e tranquilo (demais) -Caracterísitcas para um pré-conceito (todo ser humano possui isto em sua vida e ações); lembro-me com uma clareza exata o instante em que este chegou perto de mim e mostrou-me o extrato de sua conta (VR) para consultar-me com ar de brincadeira se o valor que ali constava daria para este comer bem e aproveitar bastante com os amigos no shopping (neste sabadão), com riso disse que sim (e muitoo guri), até o exato momento tudo ocorria bem, mas voltando para a cena da Estação, recepcionamos aquela notícia com a maior tristeza e no mesmo momento nossas temperamentos, sentimentos e emoções modificaram, como o vento muda de direção. O que reinava em nossos olhares e postura era o desânimo de um dia sem sol (e olha que o calor estava excessivo); um lágrima escondida em milhares de perguntas e dúvidas sobre nossa existência. Perguntamos um para o outro com os olhos e tiramos a simples conclusão de uma pergunta não feita, *Somos muito vulneráveis*, (isso eu nunca vou esquecer).

Estamos bem neste exato momento (como aquele guri que brincava como uma criança no leito de sua mãe) e esta que se recuperava de um acidente, não teve tempo de se despedir de seu filho querido, nem ao menos oferecer-lhe seu último acalento. **As coisas acontecem quando menos esperamos, podemos dizer que estamos preparados e que aceitaremos, mas quando vivemos a situação, neste instante, nesta prova pregada pela vida, sentiremos os verdadeiros sentimentos; escolheremos um caminho (o do ficar ou do prosseguir), não sabemos o que irá nos acontecer, temos uma noção e ilusão de nossas atitudes, mas só o momento nos fará fortes ou fracos.


Karina Cavalcanti

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

 Um olhar para a vida!

Apartamentos de luxo x Casinhas com tijolos mal preenchidos por cimento

Me deparo todos os dias, com uma situação que me incomoda e me faz pensar bem mais na realidade que vivemos. No meu trajeto casa/trabalho e vice-versa, noto o quanto a desigualdade está estampada nos olhos dos cidadãos, mas como somos passivos aquilo que é um grande problema, se transforma em aceitável e necessário para nós.

Casarões e apartamentos de luxo, cercados por favelas, casinhas de madeira e outras de tijolos mal preenchidos por cimento. Uma vergonha alheia, isso mesmo ALHEIA, porque para cada um é apenas um fator onde o mais fraco se reprime e aceita o que lhe impõe.

Crianças de olhos arregalados analisam helicópteros blindados sobrevoarem sobre suas humildes casas; impressionam-se com a cena, mas retomam a realidade mais rápido que uma brisa em pleno outono, sabem que aquilo não lhe será entregue, muito menos seu futuro. Qual futuro? Futuro de fama ou de frustações? De sorrisos metálicos e esquematizados ou lágrimas de preocupação econômica e familiar?

Todos sofremos pressões, desde o mais rico ao mais pobre, sendo que esta só vai mudar a realidade em aspectos: O rico curte a pressão no berço de ouro, enquanto o pobre curte no acalento de uma casa simples. Qual o melhor? Não sei, ((Dúvida que corroi)). Quem tiver a resposta me auxilie.


Karina Cavalcanti

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pensar- Ato de...?

Hoje uma conversa com uma determinada pessoa (que não citarei nome), me deixou com um ar de indagação, pensamentos e ideias novas. Suas palavras não foram as mais belas, muito menos as mais corretas, mas os sentidos e as causas foram os mais diversos e plenos neste cotidiano irracional que vivemos.

Nós seres, somos tão diferentes um dos outros e em muitos casos queremos implantar o que pensamos no decorrer de vida dos demais. O por que queremos fazer isso? Sempre de uma forma manipuladora e irrelevante, sem sucesso e desnecessário. O livre arbítrio já relata e traduz este papel compulsório.

Respeitar os direitos, as ideias, as vontades, os desejos, as sensações, as emoções, os por quês, os olhares, as palavras, etc, se torna uma missão quase que impossível em nossas vidas. Diremos sempre que respeitamos, mas isso somente na teoria, pois quando se reflete na prática as causas são diferentes. Defendemos nossas ideias até o último momento com o receio de parecermos fracos e sem noção de pensamento, mas por meio deste ato mostramos o quanto somos realmente fracos e desmotivados. Se não estamos disponíveis e abertos para a aprendizagem e recebimento de novas ideias e opiniões, estaremos rejeitando o mudar de ações, de carruagem.

Medir as consequências dessas ideias também se torna uma tarefa e dever, mas pelo simples fato de encarregarmos nosso cérebro, alma e vontades, no observar, repassar ou descartar de pensamentos, ideias e ideais, já nos transforma em seres declaradamente pensantes.

Pensar não é somente o ato de adquirir ao interior de si, suas emoções, vontades, certezas e dúvidas passadas, presentes e futuras, e sim, reformular suas palavras, atitudes, ações, ideias e metas em fatos que o fará causador de algo, seja com consequências futuras ruins ou boas.


Pensar são para todos! Utilizar seu senso crítico, minoria o faz!

*Vamos nos atentar ao que acontece em nosso redor. Sejamos seres pensantes sadios, não seres pensantes vegetativos.


Karina Cavalcanti

domingo, 25 de julho de 2010

A simplicidade de uma calça rosa

Tentei regredir ao passado em pensamento um certo dia e, algo me comoveu e me descreveu o quanto éramos felizes e não sabíamos; o quanto a simplicidade estava presente em nossas vidas, atitudes e ações.

Quem se preocupava com marca? Qual criança? Éramos regidos pela vontade de sermos felizes, o desejar na família era tão constante e intenso que o mais belo sorriso era transmito, sem que uma palavra fosse dita para nos agradar.

O tempo passa, é fato...as emoções e pensamentos também, só espero que os valores que já estão sendo banalizados, não sejam esquecidos em baús e utilizados em jarros de intolerência e destruição.

Quem sou eu para querer deter as palavras e delas manipular algo ou alguém; que a livre escolha e pensamento seja definido em todos e que estes não sejam manipulados de uma forma ilusória e esquematizada.

* Simplicidade de uma calça rosa de moleton...rs
Karina Cavalcanti

sábado, 17 de julho de 2010

Que o para sempre, sempre acaba!

Hoje os pensamentos veem numa velocidade tão grande, que se torna até difícil controlar o prazer que é sentir essas palavras tão belas e eficazes cruzarem meu cérebro, subconciente e alma. Elas me conduzem a uma viagem sensata, bem paga, tolerável e ritmizada; sem elas o meu eu não saberia o que é ser uma significante humana numa terra onde os outros não mais ligam e se importam com os demais.

Salvar a pátria...quem disse que é possível? Seria mesmo? Será que é uma ilusão para um perdedor moderno?

Perguntas me envolvem e dúvidas respondem a estas que nem se quer sentem o devido sabor de conteúdos adequados a sua importância e qualidade; queria que o próximo respondesse a elas, mas ele se encontra tão perdido como estou. Me perco num mundo onde os valores não mais são respeitados, onde a moral não mais faz parte da vida cotidiana dos cidadãos, estes querem (somente querem o poder) e esquecem...esquecem não! Submetem seus pensamentos sujos a uma sociedade idolatrada por pessimismo e comodismo incansável.

Escrever se torna uma terapia de uma rebeldia social enraizada! Até quando? Minhas palavras não irão se esgotar, mas a vida humana já caminha para o nunca mais existir. Passos de tartarugas também decorrem com o tempo e quando menos esperarmos se tornará um passo de uma onça, que com sua voracidade nos mostra que o para sempre, sempre acaba.


Karina Cavalcanti